Fibromialgia: a doença invisível

Autor: Isabel Krischke

Criadora do “Projeto Mulheres a Mil”

A Fibromialgia é uma doença que atinge entre 2 e 5% da população mundial, sendo que entre 80 e 90% dos casos ocorrem com mulheres.

Existe grande dificuldade na precisão de seu diagnóstico, pois ela apresenta vários sintomas simultaneamente, o que pode gerar confusão para médicos com menos conhecimento na área. Muitos casos de Fibromialgia são tratados como outras doenças, pela dificuldade em chegar a um diagnóstico mais preciso. Muitos médicos não compreendem a Fibromialgia.

Os principais sintomas apresentados são:

– dor crônica em várias partes do corpo ao mesmo tempo, podendo atingir o corpo todo em caso de crises mais violentas;

– fadiga contínua que não melhora com repouso;

– alterações do sono, que muitas vezes impedem que a fibromiálgica consiga relaxar e dormir bem, passando noites em claro em caso de crises mais intensas;

– alterações na memória e na concentração, sintoma conhecido como Fibro Fog;

– rigidez muscular, principalmente pela manhã, trazendo dificuldade para movimentar o corpo e levantar da cama, podendo chegar ao ponto de impedir até pequenos movimentos em crises mais acentuadas;

– hipersensibilidade ao toque em várias partes do corpo;

– dormência nas pernas e nos braços;

– intestino irritável.

Existe um protocolo de atendimento quando se fala em dor crônica em que o médico procura por sinais que possam levá-lo a um diagnóstico. Neste protocolo é avaliado há quanto tempo a paciente sente dor, se a dor é aguda ou crônica, localizada ou generalizada, se piora ou melhora em momentos de repouso e de descanso. Também é feita uma investigação através de exames complementares como hemograma, função tireoidiana, provas inflamatórias e outros que o médico considere necessários de acordo com o contexto do caso. O médico também deve questionar a paciente em relação a sinais de alerta que possam guiá-lo durante a elaboração do diagnóstico. A ideia principal aqui é chegar a um veredito por eliminação.

Além disso, em caso de suspeita de Fibromialgia é feito um exame físico que leva em consideração 18 pontos específicos do corpo que ao serem tocados deverão causar sensação de dor. Neste caso também haverá questionamentos sobre a qualidade do sono, fadiga e sistemas cognitivos (dificuldade de memória e concentração).

Deverá também ser traçado um perfil psicológico da paciente, analisando seu nível de ansiedade, tendência à depressão, catastrofização e gerenciamento da dor.

A partir do fechamento de um diagnóstico o médico provavelmente fará a prescrição de medicamentos indicados para a melhoria da qualidade de vida da paciente, além de uma atividade física de baixo impacto e indicação de acompanhamento com psicólogo ou psiquiatra.

A especialidade médica que mais trata de casos de Fibromialgia é a de reumatologista. Os psiquiatras em geral conduzem a parte medicamentosa para auxílio com a melhora da qualidade do sono. Há também muitos anestesistas fazendo especializações para atender em consultórios casos relacionados com dores crônicas.

Atualmente existem estudos em várias partes do mundo tentando entender melhor o que se passa com o corpo da fibromiálgica, o porquê de haver momentos de crises intensas e outros de maior estabilidade, entre muitos outros pontos ainda obscuros sobre a doença.

Sou fibromiálgica há mais de 20 anos, e depois de muitos anos sofrendo sem um diagnóstico preciso e após enfrentar uma crise violenta em 2016, decidi dar um basta e comecei a estudar sobre a Fibromialgia, pesquisas na área, e também comecei a observar meu próprio corpo e suas reações, obtendo resultados muito bons em relação às minhas dores e aos demais sintomas que sinto.

Hoje sou uma nova pessoa e procuro divulgar o que tenho aprendido durante esses anos para todas as fibromiálgicas que eu puder alcançar.

Caso você queira saber mais, visite meu canal do YouTube “Projeto Mulheres a Mil” e me acompanhe nesta jornada.