Tempo de amar


Autor: Cristina Schonwald de Oliveira

Gestora de Assuntos para Terceira Idade

Um autor desconhecido escreveu, muito tempo atrás, palavras semelhantes a estas: cada coisa tem o seu tempo neste mundo. Que, assim como tem o tempo de semear, tem o tempo de colher, e que tem um tempo de sorrir e um de chorar. Que também tem o tempo de trabalhar para envelhecer, mas não nos preparamos para envelhecer. Vivemos como se jamais fôssemos envelhecer, e, veja, a velhice, para quem for agraciado, um dia chegará.

É, o tempo passa para todos nós, passa em dias, em anos, e quando percebemos nos encontramos mais velhos. Nesse instante, nos damos conta de que as mudanças caminham junto com o passar dos anos e nos colocam frente a novas responsabilidades, nova visão da vida, nova consciência. Quantas vezes, ao vivenciarmos momentos agradáveis, comentamos como o tempo passou rápido ou, ao contrário, quando estamos em vivências desagradáveis reclamamos de como ele demora em passar.

Cada um de nós está dentro de seu tempo e o sente de diferentes maneiras. Mas quantos tempos existem? Entendemos que à questão cronológica podem-se atribuir valores, os quais muitas vezes foram tolhidos no enredo da ilusão da materialidade e do consumismo. No agora, percebemos que é a hora de acordar para o entendimento de que fazemos parte de um elo maior, estamos todos ligados por laços fraternos em que o respeito e a consideração vigoram como forças que fazem este tempo valer a pena.

Este é o tempo de amar. E amar é se harmonizar. E se harmonizar é um encontro consigo, se olhar, se aceitar, buscando e despertando os valores que carrega dentro de si. Se harmonizar é buscar a natureza. Vivemos em um planeta com uma natureza exuberante e de muita beleza, que nos proporciona alimento, saúde, bem-estar, nos equilibra. Seja no mar, nas matas, em jardins, junto a amigos ou familiares, nesses momentos está havendo uma troca, emitimos e recebemos, e assim, conscientemente, podemos dar sentido ao nosso tempo.

Os mesmos laços fraternais que nos unem a familiares, a amigos, a toda a humanidade, também nos ligam à natureza. O respeito, a consideração e os cuidados devem ser os mesmos, não podemos esquecer que até para respirarmos precisamos de um ar saudável. Se estamos cientes de que somos um elo da corrente da vida, é bom lembrar que todos também estão ligados e são corresponsáveis pela busca de uma harmonia maior. Nossos sentimentos e pensamentos, materializando-se em nossas ações, vão cooperar para a edificação de um mundo mais saudável. Podemos contribuir realizando o nosso melhor, buscando fazer com que o tempo em que aqui estivermos tenha valor e que seja repleto de qualidade e envolvido na serena consciência de quem fez a sua parte.