Você tem medo da morte?

Autor: Izabel Cristina Heberle

Psicoterapeuta Reencarnacionista, Coach, Escritora, Mestre em Reiki e Terapeuta Holística

Que pergunta interessante! Como você responderia?

Nesta semana me deparei com esta pergunta, e logo imaginei qual a maneira mais adequada para respondê-la, pois a morte tem alguns aspectos, e dentre eles talvez mais importante para nós seja o físico, que vem acompanhado muitas vezes da sensação de desaparecer.

Um dos aspectos pode ser aquele em que você morre para sua versão atual que não faz mais sentido para você, por meio de experiência e conhecimento, e renasce para uma nova versão, aquela que recebeu um up grade e está mais atualizada e sintonizada com a sua realidade atual, ou ainda a morte de velhos hábitos que dão lugar a hábitos mais elevados, como a prática da meditação e a busca da elevação por meio de reflexões e do autoconhecimento. Hábitos saudáveis para seu corpo, e por aí vai…

Porém você pensa em vários cenários, e o primeiro é sobre a morte física, então você pensa sobre isso, e teoricamente não tem nada de excepcional, pois nascemos e nosso destino final é a morte do nosso corpo biológico, mas por que tanto apego?

Talvez por ser uma estrutura concreta que nos conecta ao mundo material e não tenhamos ou, melhor, não cultivamos durante a vida as virtudes que nos levam a tratar a morte com naturalidade, e também talvez tenhamos o medo do desconhecido, o que vem depois, o que acontece nos momentos subsequentes após a morte do corpo físico.

Bem, vou compartilhar com vocês um momento de reflexão ao qual me entreguei nesta semana: diante desta pergunta o primeiro movimento que fiz foi observar as minhas reações, e a primeira delas foi o vazio, lembrando que o vazio é permeado de sabedoria e conhecimentos, mesmo que não possamos visualizar com nossos olhos físicos, mas vazio não existe, existe um espaço de silêncio e graça onde tudo para e você consegue se conectar consigo mesmo, com os seus méritos e também com seus temores (luz e sombra). Então surgem outras perguntas, e uma delas foi: qual a razão diante de dois caminhos, um pavimentado, tranquilo e limpo e o outro com pedras, vegetações estranhas, barro, sombras, enfim de difícil acesso, qual a razão de ficarmos em dúvida?

Pensei naquele momento: por que a dúvida?

Porque nossos desejos mais íntimos é de não sentirmos dor, de não precisarmos passar por dificuldades. Queremos e almejamos a Paz!

Entretanto, em caminhos sem desafios também não existe o crescimento, o desenvolvimento, porque tudo permanece igual, inclusive a paz, e mais uma questão: como você saberá que está em paz? Você pode simplesmente estar em estado de suspensão. Sem desafios você não tem com o que se preocupar, inclusive este é um estado de eterna calmaria e, portanto, de estagnação, pois não motiva você a buscar algo fora daquela paz que também pode ser chamada de comodismo.

Por outro lado, o caminho irregular, cheio de altos e baixos, vai estimular a sua capacidade de discernimento, a capacidade e o condicionamento físico, espiritual, e forçará você a estar em contato consigo mesmo e conhecer os seus limites, e então você se torna mais exigente, mais disciplinado, mais amoroso e mais focado.

Em relação aos outros?

Também, mas com certeza mais consigo e com o seu desenvolvimento pessoal, pois a vida que recebemos é para ser vivida, compartilhada de forma intensa, para nos elevar, nos tirar do patamar do morno, do mais ou menos. A inércia não cria nada que faça a diferença, ela passa a controlar você e ainda coloca um plus, o “medo”, que inclui o medo de amar, de conviver, de compartilhar e de ousar fazer diferente e sair todos os dias em busca de novos desafios e a busca da compreensão do porquê de estarmos aqui. Certamente estamos aqui para aprender, ensinar e nos tornarmos uma versão melhor do que aquela que aqui chegou.

Voltando um pouco, por que será que temos medo de encarar o caminho pedregoso e difícil?

Você já parou para pensar que talvez você não esteja com o calçado adequado?

Por esta razão você acha que vai machucar os pés, se sujar e vai sentir cansaço, dor, desânimo….

Bem, no caminho pavimentado e mesmo sem fazer nada em determinado momento, você também sentirá dor. A dor da solidão, e mais a futuro a sensação de remorso por não ter feito mais, concretizado novas experiências e conquistado uma mochila cheinha de memórias e experiências. Quem disse que encontramos a felicidade somente com lembranças felizes?

As lembranças felizes são âncoras que nos sustentam no momento das dificuldades e provações, elas nos mostrarão que temos todas as condições de vencer qualquer desafio de novo e de novo e de novo.

Então me dei conta de que escolher o calçado certo para cada ocasião faz toda a diferença. Veja o soldado, por exemplo, ele não entra no campo de batalha com chinelos de dedo, ele usa o calçado correto que vai proteger os seus pés da chuva, do calor, do barro e das pedras afiadas que ele encontrará no caminho.

Então, diante desta reflexão, como você responderia à pergunta-título deste texto?

Você tem medo da morte?

Se sua resposta foi sim, é o momento de refletir sobre isso. A morte é somente um aspecto da vida, ela assusta porque é algo desconhecido para nós, talvez por representar a separação de tudo o que conhecemos e amamos. Fomos ensinados a nos agarrar à vida e deixar para pensar na morte sempre mais tarde.

Há pesquisas que mostram o que pensam as pessoas em seu leito de morte e qual o maior arrependimento delas, e este foi justamente o que deixaram de fazer, muitas vezes, por medo, por não se acharem capazes ou simplesmente para agradar os outros.

O arrependimento mais comum de todos. Segundo Bronnie Ware, que trabalha com cuidados paliativos, tomando conta de pacientes em suas últimas semanas de vida, quando as pessoas percebem que sua vida chegou ao fim fica mais fácil ver quantos sonhos elas deixaram para trás. “A saúde traz uma liberdade que poucos percebem que possuem, até que a perdem” (link para matéria: <https://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI293297-17770,00-OS+ARREPENDIMENTOS+MAIS+COMUNS+A+BEIRA+DA+MORTE.html>).

Considerando que a morte é uma mudança de estado e dificilmente conseguiremos enganar ou postergar este momento da nossa existência, não me entenda mal, esta é uma reflexão necessária e importante, ela inclusive nos ensina a amar mais intensamente a vida, a cuidar com maior zelo daqueles que fazem parte da nossa jornada, a cuidar mais de nossa saúde, e nos mostra o quanto os minutos e segundos são importantes, tão importantes a ponto de conter a poesia num simples olhar, em um abraço fraterno, nos torna criativos e atenciosos, nos ensina a não desperdiçar a vida, ao contrário, nos ensina a amar a vida e assim a amar as nossas versões, pois com certeza nos move para escolhermos os calçados certos para enfrentar os caminhos difíceis e não a paralisarmos diante do medo do desconhecido, porque o desconhecido sempre será desconhecido se você não ousar conhecê-lo.

E lembre-se, toda a reflexão é válida, sempre tiramos algo de bom sobre o assunto e principalmente conseguimos nos conhecer melhor, pois a vida é feita de diversidades, tanto é que temos quatro estações e cada uma delas com sua beleza particular, nunca é igual, as flores nunca são as mesmas, as águas também não.

Cada ser está dentro do ciclo da vida e está ali porque existe uma sabedoria superior em tudo o que nos cerca.

Não existe o mal interminável e nem o bem eterno, é um ciclo que muda de acordo com as nossas percepções. O conhecimento abre as portas da sabedoria interna e de mundo (externa).

O que seria se um tigre invejasse a pelagem de outro tigre?

Assim somos nós, cada um é único e cada um escolhe o caminho que quer trilhar, não deixe as coisas importantes para depois, e isso inclui as reflexões. O melhor momento sempre é o já, e o melhor tempo é o agora.

Mesmo no caos existe a beleza da transformação.

A Fênix renasce lindamente após ter se tornado cinzas.

Estas são metáforas que podem ou não fazer sentido para você, justamente porque o meu caminho é diferente do seu, porém muitas coisas também um tempo atrás não fizeram sentido para mim e hoje fazem total sentido, e isso significa que amadureci, passei por transformações, me permiti refletir novamente sobre o assunto. Certamente deixei muitas coisas para trás e continuo buscando uma versão cada vez melhor de mim mesma.

Não descarte rapidamente o que você não aceita, seja gentil consigo mesmo e saiba que em cada esquina uma nova experiência o aguarda, e é apenas uma experiência que ajudará você a crescer e evoluir.

Paz e Luz!!